
Se você tem Netflix, ama stand-up ou adora acessar as redes sociais, já deve ter se deparado com Nanette.
Nanette é um stand-up reinventado por Hannah Gadsby, uma australiana que não conta apenas piadas na frente do público, mas que faz um alerta às questões sobre gênero, sexualidade, bullying e muitas outras, das quais, ela mesma já deixou de ver, digamos, graça.
Durante 1 hora e 9 minutos, Hannah prende o telespectador de uma tal forma que é impossível não deixar de falar sobre o stand-up. E, assim como nós, do E! Online Brasil, você também precisa assistir Nanette.
E aqui estão os motivos:
Premiações
Nada mais justo que mostrar todo o reconhecimento de Nanette.
Hannah, que nasceu na ilha australiana Tasmânia, onde a homossexualidade era crime até 1997, já ganhou diversos prêmios com o stand-up, incluindo Melhor Show de Comédia no Edinburgh Festival Fringe 2017; Prêmio Barry por Melhor Show no Melbourne Comedy Festival 2017; e Melhor Performance de Comédia no Helpmann Awards 2017.
O stand-up entrou para a grade do Netflix em Junho deste ano.
Pare e pense!
Hannah, que escolheu o nome do stand-up após conhecer uma garçonete chamada Nanette em uma pequena cidade, foca em um ponto importante da comédia e na qual ela gostaria de abandonar: a de se inferiorizar para fazer os outros rirem.
E o motivo? Hannah é lésbica e não deseja mais que a vítima pense que ela é muito menor do que isso, quando, claro, ela não é. "Você compreende o que é autodepreciação significa quando vem de alguém que já é marginalizado? Não é humildade, é humilhação", diz ela no show.
A comediante explica que não pode mais se sujeitar a isso. "Nem comigo, nem com ninguém que se identifica comigo". Para Hannah, o importante é contar a história dela do jeito certo, sem mais como um preconceito mascarado.
A mudança começa agora
Em meio às risadas, Hannah não deixa o principal assunto se deixar levar pelo toque de humor e, da metade até o fim, ela dá, verdadeiramente, um tapa atrás do outro na cara de toda a sociedade.
Ela não só fala da homofobia, como também de gênero, sexualidade, saúde mental, autoconhecimento e o direito real das mulheres. Em um clima total de apreensão, desconforto e emoção, a comediante prova que a mudança deve começar agora.
Em uma entrevista à Vulture, Hannah disse que não esperava o sucesso do seu stand-up, mas que, por causa dele, se sente mais receptiva e compreensiva.
"Sinto que me conectei com o mundo e não entendia o quão desconectada e isolada eu estava", revelou. "O show sugere isso – me encontrando mais e mais conectada a tantas pessoas diferentes e suas histórias, ou que se conectaram com as minhas. Isso me fez perceber o quão isolada eu me sentia".
À mestra, com carinho: uma verdadeira obra de arte.