Woody Allen diz que deveria ser garoto-propaganda do Movimento #MeToo

O diretor alega que sempre teve "uma relação maravilhosa" com as atrizes com quem trabalhou

por Mike Vulpo | Traduzido Por Miriam Kaibara | 05 jun, 2018 21:10Tags
Woody AllenDimitrios Kambouris/Getty Images)

Woody Allen, que foi defendido por Diane Keaton das acusações de abuso sexual contra sua filha adotiva, fez declaração polêmica. Ao aparecer no programa argentino Periodismo Para Todos, Woody alegou ser um grande defensor do Movimento #MeeToo.

"Eu sinto que quando eles encontram pessoas que abusam de mulheres e homens inocentes, é bom que essas pessoas sejam mostradas. Mas sabe, eu deveria ser o garoto-propaganda do Movimento #MeToo. Porque eu trabalho com filmes há 50 anos. Eu trabalhei com centenas de atrizes e nenhuma delas, nem as grandes, as famosas, as iniciantes, nunca sugeriram qualquer atitude imprópria. Eu sempre tive uma ótima relação com elas", disse ele.

"O que me incomoda é que eu sou ligado com essas pessoas. Aquelas que receberam acusações de abuso de 20, 50, 100 mulheres, e eu, que fui acusado por apenas uma mulher em um caso de custódia infantil, no qual foi investigado e provado que é uma mentira, sou colocado junto com essas pessoas", revelou ele.

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Para quem não se lembra, em 1992, a filha adotiva do diretor, Dylan Farrow, o acusou de assédio sexual quando ela tinha apenas sete anos. Em 2014 ela escreveu uma carta aberta ao New York Times detalhando o abuso. As autoridades investigaram o caso e o diretor, que nega até hoje as alegações, nunca foi acusado.

"Isso é algo que foi investigado há 25 anos pela autoridades e todos chegaram a conclusão que isso não era verdade. E esse foi o fim e eu segui com minha vida. Trazer isso de volta agora e acusar uma pessoa é terrível. Eu sou um homem com uma família e filhos. Então, claro que fico chateado", disse ele à Periodismo para Todos.

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