Katherine Heigl relembrou as críticas que recebeu após ganhar fama de ser uma pessoa "difícil".
A estrela de Amigas Para Sempre recentemente se reuniu com a ex-colega de Grey's Anatomy, Ellen Pompeo, para a série Actors on Actors, da Variety, onde elas foram sinceras sobre as críticas que Katherine recebeu após sua saída do drama médico, em 2010. E a atriz de 44 anos admitiu que levou anos para que conseguisse ignorar os comentários.
"Demorei provavelmente até meados dos meus 30 anos para realmente desligar todo o barulho e dizer: 'Você é essa pessoa ruim? Você não é profissional? Você é difícil?', ela disse a Ellen na conversa publicado nessa segunda-feira, 6 de junho. "Porque eu estava confusa! Eu literalmente acreditei nessa versão, e senti tanta vergonha por tanto tempo, e então tive que dizer, 'Espera. Quem estou ouvindo? Eu não estou nem ouvindo a mim mesma. Eu sei quem eu sou.'"
Para quem não se lembra, Katherine gerou polêmica durante suas quase seis temporadas na série, quando em 2008 retirou seu nome da indicação ao Emmy - depois de vencer no ano anterior - dizendo que não sentia que o trabalho a justificava. Ela ainda criticou as condições de trabalho da série em 2009, uma reclamação sobre a qual Ellen também se pronunciou.
A estrela de Vestida Para Casar também relembrou sua mentalidade na época.
"Eu estava aborrecida na minha cabeça, no meu âmago, na minha mente, na minha vida. Eu estava vibrando em um nível muito alto de ansiedade", disse ela. "Eu montei meu palanque e tinha algumas coisas a dizer, e me senti realmente apaixonada por essas coisas. Não havia parte de mim que imaginasse uma reação ruim."
Katherine acrescentou que nunca teve a intenção de machucar ninguém com seus comentários, dizendo: "É realmente desconcertante quando você sente que realmente desagradou a todos. Não era minha intenção."
As duas estrelas também refletiram sobre como aprenderam a defender as condições de trabalho em seus sets ao longo dos anos. Especificamente em Amigas Para Sempre, Katherine agradeceu a presença de um treinador de intimidade para ajudar a orientar as atrizes mais jovens no set.
"Senti esse peso fora de mim, pois não sentia que precisava encontrar uma forma de lutar essas batalhas por essas meninas", explicou ela. "Sou sempre a vilã. As pessoas gostam que eu seja a vilã."
Ao que Ellen respondeu: "Existem dois papéis nos quais as mulheres se encaixam, vítima ou vilã. E as mulheres que são vítimas são apenas vítimas porque não têm coragem de serem as vilãs."
Reconhecendo como a mídia social mudou a forma como as pessoas compartilham opiniões, a atriz de 53 anos acrescentou: "Você era apenas uma pessoa. E de alguma forma agora coletivamente o mundo todo quer criticar tudo e está tudo bem, mas quando você fez isso, eles não gostaram de você."
Katherine concordou, acrescentando: "Eles não gostaram de mim. Bom, e o que você vai fazer?"
Mas Ellen tem suas próprias suspeitas sobre por que as pessoas responderam negativamente à Katherine. "Você é muito gostosa, Heigl", disse a estrela.
Katherine riu, respondendo: "Deve ser isso! É o que digo a mim mesma quando vou dormir à noite."
As revelações mais bombásticas do livro sobre os bastidores de Grey's Anatomy:
Graças ao seu acordo com a ABC, após um piloto que não deu certo da série Secret Service, Ellen Pompeo estava disponível para conversar com Shonda Rhimes, que se interessou na atriz após assistir Midnight Mile. Como Lynette Rice disse no livro, Rhimes convenceu Pompeo a estrelar Grey's Anatomy após um almoço juntas.
A caçada pelos internos que são colegas de Meredith Grey começou em seguida, que acabou escalando Sandra Oh como Cristina Yang, T. R. Knight como George O'Malley, Katherine Heigl como Izzie Stevens e Justin Chambers como Alex Karev. O processo de audição foi inesquecível, com Heigl usando óculos, suéter e um coque para parecer ainda mais inteligente para o papel. Além disso, o time não queria que Oh interpretasse Yang, eles pediram para ela ler as falas da Dra. Miranda Bailey (que depois foi intepretada por Chandra Wilson).
Como Oh preferia o papel de antagonista, ela pediu para ler as falas de outro personagem. O resto é história.
Segundo o diretor Peter Horton, a equipe do canal queria que Rob Lowe interpretasse Dr. Derek Shepherd (McDreamy). Infelizmente, Lowe estava indisponível por após estrelar uma série da CBS chamada Dr. Vegas.
Foi então que sugeriram Patrick Dempsey, mas a equipe do canal estava hesitante por achar que ele já tinha uma carreira feita. De acordo com Pompeo, ela foi um dos motivos para escolherem Dempsey. Apesar dela não ter participação na tomada dessa decisão, a atriz afirmou que a química entre os dois era "óbvia".
Como Isaiah Washington detalhou, ele também queria o papel de Dempsey. Eventualmente, ele fez o teste para o papel de Dr. Preston Burke. No livro, Washington disse que havia um rumor de que Pompeo não queria que ele fosse seu par "porque ela tinha um namorado negro".
"O contexto é que ela não gosta de homens brancos", ele adicionou. "Acho que ela afirmou que o namorado se sentia desconfortável dela fazer cenas de sexo comigo. Eu apoiei ela nisso".
Shonda Rhimes e a companhia tiveram que lutar para manter a cena de abertura do piloto, já que os executivos da ABC não gostavam da ideia da heroína ser promíscua. A produtora Betsy Beers salvou o dia contando "a história mais obscena" para os executivos do canal, provando que mulheres podem ser sexualmente libertas e boas profissionais, de acordo com Rhimes.
O diretor James D. Parriott afirmou que alguns atores tiveram ressentimento com Rhimes nas temporadas 3 e 4, adicionando: "Quando você tem tantos personagens, é muito difícil de todos eles terem destaque em cada episódio".
Várias partes do roteiro da primeira temporada vazaram online. Na verdade, de acordo com o roteiritsta Eric Buchman, o fato de que Derek era casado com Addison (Kate Walsh) foi revelado antes do episódio ir ao ar. "A boa notícia é que ela era uma personagem mais desconhecida", adicionou ele. "Então não estragou a surpresa tanto assim".
Uma fonte próxima de Washington afirma que a série "não era organizada ou bem gravada". Com o tempo, o astro comeceu a se sentir sobrecarregado com os longos horários de gravação. A gota d'água aconteceu em 9 de outubro de 2006, quando Dempsey chegou tarde no set, o que fez com que Isaiah ficasse bravo.
"Eles começaram a discutir e, antes que pudessemos perceber, entraram em uma briga física", disse o roteirista Mark Wilding. A briga piorou quando Washington disse para Dempsey: "Você não pode falar comigo do jeito que você fala com aquele bixinha do T.R.", disse o roteirista Harry Werksman.
No fim, Heigl e James Pickens Jr. apartaram a briga. Depois Washington se desculpou por seu comentário.
Apesar do elenco e da equipe saber que Knight é gay, ele não tinha se assumido para seus pais, então, quando a história vazou para a imprensa, foi assim que eles descobriram. Knight falou sobre sua sexualidade publicamente pela primeira vez após o episódio de homofobia.
Werksman revelou que toda a família Grey's teve que fazer treinamento de sensibilidade após a briga. Apesar das coisas melhorarem no set, um comentário no Globo de Ouro em 2007 fez com que tudo voltasse para os holofotes. Após ser questionado sobre a briga, Washington respondeu: "Eu não chamei T.R. de bixinha", pronunciando a ofensa novamente.
Frustrada com as atitudes de Washington, Heigl disse para o Access Hollywood que o colega de elenco "precisava não falar em público" e que ela "não estava bem com isso".
Ao falar sobre o fato de ter defendido Knight, Heigl afirmou que ela teve um "momento de coragem". "Eu tomei algumas taças de champanhe e eu estava furiosa e frustrada pelo meu amigo, assim como estava cansada de toda essa bagunça".
Já Knight revelou que ficou "no chão" com a atitude de Katherine, afirmando: "Com qual frequência alguém dá a cara a tapa publicamente por alguém, com o risco de se prejudicar no caminho? Isso não acontece".
Ele afirmou que Heigl é uma "amiga corajosa e honesta".
Apesar da introdução do personagem de Walsh, Dra. Addison Montgomery, ter causado uma ruptura na história de amor de MerDer, não demorou muito para o público começar a gostar dela também. "Os roteiristas podiam me transformar em uma personagem odiável", disse ela no livro. "Eles fizeram um ótimo trabalho em humanizar Addison".
Então, não é de se surpreender que Rhimes criou um spin-off com a personagem. Após o lançamento de Private Practive, Walsh afirmou que estava "muito animada".
Apesar de ter ficado no ar por seis temporadas, PP começou a perder a força, ainda mais por causa da agenda ocupada de Rhimes. Dempsey especulou no livro que a gigante da TV estava começando a se sentir "sobrecarregada e esgotada profissionalmente".
Apesar de muitos fãs torcerem por Meredith e Derek, Pompeo não se sentia bem assim. Na verdade, como ela disse para Rice, a parte mais difícil de interpretar Dr. Meredith Grey era o "relacionamento com Patrick". "É muito repetitivo... Eu jamais deixaria um homem me tratar daquele jeito e jamais me desvalorizaria a ponto de me colocar em uma situação que me traria dor".
Heigl esclareceu os detalhes envolvendo a sua chocante saída de Grey's Anatomy. "Eu comecei uma família e isso mudou tudo", disse a atriz de 42 anos. "Isso mudou o meu desejo de estar trabalhando toda hora".
Para quem não sabe, a atriz adotou Nancy Leigh, que agora está com 12 anos, em 2008 junto com o seu marido Josh Kelley. "Eu peguei licença familiar... e pude ser mãe, e isso mudou a minha perspectiva... esse foi o ponto de virada".
De acordo com Heigl, ela conversou com Rhimes sobre seu desejo de sair da série. Apesar de tentar resolver a situação, a personagem de Heigl praticamente sumiu de Grey's Anatomy em 2010.
Ao falar sobre a reação do público sobre sua saída, Heigl afirmnou que ser vista como "ingrata" incomodou ela. "O fato de me chamarem de 'ingrata' foi o que mais me incomodou. E isso foi culpa minha", disse a atriz. "Eu fiz com que as pessoas me vissem dessa forma. Muito da vida, para mim, é sobre humildade e gratidão. E eu tentei muito ter essas qualidades e ser essa pessoa. No fim, decepcionei a mim mesma por ter deixado isso acontecer".
Ela adicionou: "É claro que sou grata. Como eu não poderia ser?".
Durante as entrevistas com os produtores e as estrelas de Grey's, Rice revelou a história por trás da saída de Dempsey... e nós não estamos bem!
De acordo com Parriott, um ex-executivo de Grey's disse que as coisas estavam bem tensas entre Dempsey e Rhimes na 11ª temporada. "Shonda precisou de alguém muito bom para servir como showrunner por 14 episódios", disse Parriott no livro. "Havia problemas com o RH. Não era nada sexual, mas ele ficava aterrorizando as pessoas no set. Alguns integrantes do elenco ficavam ansiosos só de saber que tinham que trabalhar com ele".
Como Parriott explicou, Dempsey era "veterano no set", então "ele sabia que podia parar a produção a qualquer momento e assustar as pessoas".
Jeannine Renshaw disse que com o tempo Rhimes fez um ultimato para o canal: ou ele sai, ou ela sai. No episódio 21 da 11ª temporada, Dr. Derek Shepherd foi morto na série. Os representantes de Shonda e do canal ABC não comentaram com o E! News sobre o que aconteceu. Os representantes de Pompeo e Dempsey também não se pronunciaram.
No episódio icônico do Super Bowl de Grey's, os telespectadores conheceram o charmoso líder do esquadrão de bombas Dylan (Kyle Chandler), só para assistir ele explodir no fim. E de acordo com Rhimes, Chandler não queria que o personagem dele morresse. "Ele me dava ideias de como Dylan, seu personagem, podia talvez não explodir", disse ela. "E eu só mostrava para ele a linha no script que dizia: 'Dylan explode'".
Como Rhimes explicou, Dylan foi um personagem literalmente criado para morrer.