Thales Bretas, marido de Paulo Gustavo, falou pela primeira vez após morte do ator, vítima da Covid-19. Em entrevista ao Fantástico nesse domingo, 9, Thales contou sobre os dias ao lado de Paulo no hospital.
O dermatologista iniciou a conversa falando sobre a falta do amado em casa. "Ele estava presente em todos os ambientes. Ele via tudo que acontecia, sabe? Me chamava o tempo todo, gritando sempre, pela casa afora, às vezes eu até não respondia, só pra ele aprender a me procurar andando. E essa ausência é avassaladora. É um silêncio que não fazia parte da minha vida há sete anos", revelou ele.
Em seguida, Thales surgiu com os filhos do casal, os gêmeos Romeu e Gael.
"São os dois frutos do nosso amor, que eu vou levar para sempre. Vou amar por nós dois. Como eu queria que ele me ajudasse a educar da forma dele, passar os valores que ele tem. Paulo era uma das pessoas mais íntegras que eu conheci na minha vida, mais generosas, mais amorosas e mais protetoras".
Thales também revelou que as crianças perguntam sobre o pai. "Minha foto de celular é ele com as crianças. E eles sempre pedem para ver papai Paulo. Durante um tempo no hospital eu falava, 'papai Tata' porque eles me chamam de papai Tata e papai Paulo. 'Papai tata vai no hospital porque papai Paulo tá dodoi e já volta".
"Tô tentando explicar, quando consigo, que o papai Paulo não tá mais dodói e virou uma estrelinha que está olhando lá de cima pra gente", disse ele.
Bretas também contou a reação de Paulo ao descobrir que estava com coronavírus.
"Quando ele descobriu que estava com o diagnóstico ele ficou tão desesperado, e eu falei, 'Calma, amor, você vai ficar bem. Não fica pensando nisso, você é jovem, é saudável'. E ele ficava em pânico, ele realmente sempre falava isso".
"Depois ele teve febre, um pouco de tosse, dor no corpo, ficou indisposto. Mas durante uma semana a gente levou bem. Depois eu peguei também, provavelmente porque ele já estava transmitindo", revelou.
No entanto, na madrugada do dia 13 de março, Paulo começou a ter sintomas mais graves. "Ele começou a ter uma febre persistente, calafrio. Aí eu medi a oximetria, que estava 89, 88, e disse, 'Paulo vamos para o hospital'".
A partir dessa data, o ator permaneceu 53 dias internado, enfrentando diversas complicações da doença, antes de seu falecimento no dia 4 de maio.