Glória Maria decidiu se pronunciar após gerar polêmica com seus comentários em entrevista. Após dizer que "é um saco" o racismo, preconceito e assédio vividos atualmente, Glória afirmou que nunca será politicamente correta.
Nessa terça-feira, 29, a apresentadora postou um vídeo desfilando pela Mangueira, no Carnaval de 1988, e rebateu críticas. "32 anos atrás. Orgulho da minha vida. Da minha história!! Nunca serei politicamente correta! Acho um saco! Sou livre. Rebelde! Ninguém vai me dizer como tenho que viver!", escreveu ela.
Em conversa com a jornalista Joyce Pascowitch, Glória demonstrou seu pensamento sobre as questões altamente debatidas nos dias de hoje.
"Se você quer saber, eu acho isso tudo basicamente um saco", disse a apresentadora.
"Hoje tudo é racismo, tudo é preconceito. Até hoje tenho na TV meus câmeras, técnicos, que trabalham comigo há 40 anos. Todos me chamam de neguinha. Eu nunca me ofendi, me senti discriminada. Eles me chama de maneira amorosa, carinhosa".
"Hoje tudo é preconceito, tudo é assédio e tá chato. Estou há mais de 40 anos na TV, já fui paquerada muitas vezes, mas nunca me senti assediada moralmente. O assédio moral é uma coisa clara, não tem dubiedade, não tem como interpretar. O assédio é uma coisa grosseira, que te machuca, te incomoda, desmoraliza".
"Agora, a paquera, pelo amor de Deus. Eu tô cansada desse negócio. Os homens tão com medo de paquerar. Eu tô viva, quero ser paquerada. Existe uma cultura hoje que 'nada pode'. E nós mulheres sabemos diferenciar uma paquera de um assédio, de um abuso sexual. Se a gente não tiver capacidade de fazer isso, por que a gente chegou até aqui?", disse ela. "Eu acho que esse mundo tá muito chato, essa coisa do politicamente correto é um porre".
"Esse mundo que a gente tá, que vem muito da amargura, da frustração das pessoas, eu não gosto, não aceito, nessa eu não entro sob nenhuma hipótese", revelou.
"As minhas memórias da televisão são de absoluta liberdade. Por isso eu tenho dificuldade de me enquadrar nesse mundo, porque minha vida pessoal e profissional foram livres. Hoje com tudo isso de não pode, não é bonito, não é legal, eu não me enquadro".
"Eu não sei o que farei daqui pra frente, porque dentro desse mundo de falta de liberdade, eu não consigo conviver", contou ela.