J.K. Rowling se envolveu em polêmica neste final de semana após ser acusada de fazer comentários transfóbicos nas redes sociais. E agora, Daniel Radcliffe, reagiu às declarações da escritora sobre identidade de gênero.
Em um post no blog The Trevor Project, uma organização não governamental focada na prevenção do suicídio entre jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgênero, queer e questionadores, Daniel escreveu que ele sentiu "obrigado a dizer alguma coisa".
"Mulheres transgênero são mulheres. Qualquer declaração contrária cancela a identidade e dignidade das pessoas transgênero e vai contra todos os conselhos dados pelas associações dos profissionais de saúde que tem mais experiência nesse assunto do que Jo ou eu".
Radcliffe ofereceu estatísticas fornecidas pela organização que declara que "78% dos jovens trans e não-binários relataram ter sido objeto de discriminação devido à sua identidade de gênero".
"É claro que nós precisamos dar mais apoio às pessoas transgênero e não-binárias", escreveu o ator, "não invalidando suas identidades e não causando mais danos".
No sábado, 6, Rowling demonstrou sua opinião sobre uma matéria de um site de saúde global entitulado, "Criando um mundo pós-Covid-19 mais igualitário para as pessoas que menstruam".
"Tenho certeza que há uma palavra para essas pessoas. Wumben? Wimpund? Woomud?", disse ela sugerindo variações da palavra "women" (mulheres).
Em resposta, muitos seguidores e famosos, incluindo Sarah Paulson e Jonathan Van Ness, mandaram um recado para a autora no Twitter.
Em um tuíte, ela escreveu: "Se o sexo não é real, não há atração pelo mesmo sexo. Se o sexo não é real, a realidade vivida das mulheres em todo o mundo é apagada. Conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo remove a capacidade de muitos discutirem significativamente suas vidas. Não é ódio falar a verdade".
"A ideia de que mulheres como eu, que tem tido empatia por pessoas trans há décadas, sentindo afinidade porque eles são vulneráveis da mesma forma que as mulheres, ou seja, à violência masculina, 'odeiam' pessoas trans porque elas acham que o sexo é real e viveu consequências, é absurdo", continuou a escritora.
"Eu respeito o direito de cada pessoa trans de viver de qualquer forma que seja autêntica e confortável para elas. Eu marcharia com vocês se vocês fossem discriminadas por serem trans. Ao mesmo tempo, minha vida tem sido construída por ser mulher. Eu não acredito que seja odioso dizer isso".
Em post de Dabiel, o ator adicionou que ele ainda estava "aprendendo a como se tornar um aliado", antes de compartilhar recursos para as pessoas que querem aprender mais sobre identidades transgênero e não-binárias.
O astro de 30 anos, então mandou um recado aos fãs do livro que expressaram seu desapontamento nas redes sociais.
"A todas as pessoas que agora sentiram que sua experiência com os livros foi manchada ou diminuída, sinto profundamente pela dor que esses comentários causaram a vocês. Eu realmente espero que vocês não perca inteiramente o que foi valioso nessas histórias para vocês".
"Se esses livros ensinaram que o amor é a força mais forte do universo, capaz de superar qualquer coisa; se eles ensinaram que a força é encontrada na diversidade e que ideias dogmáticas de pureza levam à opressão de grupos vulneráveis; se você acredita que um personagem em particular é trans, não-binário ou fluido de gênero, ou que é gay ou bissexual; se você encontrou alguma coisa nessas histórias que ressoou com você e o ajudou em qualquer momento da sua vida - isso é entre você e o livro que você lê, e é sagrado", concluiu seu ensaio.
"E, na minha opinião, ninguém pode tocar nisso. Isso significa para você o que significa para você, e espero que esses comentários não manchem tanto isso".
O antes e depois dos protagonistas de Harry Potter: