J.K. Rowling está enfrentando mais uma vez as acusações de transfobia nas redes sociais. No sábado, 6, J.K. Rowling compartilhou o link de um site de saúde global intitulado "Criando um mundo pós-COVID-19 mais igualitário para as pessoas que menstruam".
O artigo de opinião afirma que cerca de 1,8 bilhão de meninas, mulheres e pessoas não binárias de gênero menstruam, acrescentando que isso "não parou por causa da pandemia" e ainda exige os "materiais menstruais necessários e acessos seguros a banheiros, sabão e água".
Logo depois, a autora se tornou um dos assuntos mais comentados no Twitter e foi pra lá de criticada por compartilhar o artigo.
Zeke Smith, de Survivor, por exemplo, respondeu Rowling com o seguinte post: "Oi! Eu sou um homem! Eu menstruo! Pare de ser uma idiota!".
Apesar das várias reações na redes social, a autora de Harry Potter continuou a expressar seu ponto de vista.
"Se o sexo não é real, não há atração pelo mesmo sexo. Se o sexo não é real, a realidade vivida das mulheres em todo o mundo é apagada. Conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo remove a capacidade de muitos discutirem significativamente suas vidas. Não é ódio falar a verdade".
"A ideia de que mulheres como eu, que são empáticas por pessoas trans há décadas, sentem afinidade porque são vulneráveis da mesma maneira que as mulheres – ou seja, a violência masculina – ‘odeiam' pessoas trans porque acham que o sexo é real e viveu consequências – é um absurdo", escreveu ela, referindo-se à reação que estava recebendo online.
"Eu respeito o direito de todas as pessoas trans de viver de qualquer maneira que lhes pareça autêntica e confortável. Eu marcharia com vocês se vocês fossem discriminados por serem trans. Ao mesmo tempo, minha vida foi moldada por ser uma mulher. Não acredito que seja algo de ódio dizer isso".
O cantor e produtor musical Brad Walsh também respondeu as frases de J.K. Rowling no Twitter: "Você é uma pessoa inteligente. Como você ainda não entende a diferença entre sexo e gênero? A única maneira de explicar a sua ignorância neste momento é a voluntariedade. É incrivelmente decepcionante".
Anthony Rapp, Patti Harrison e Kim Petras também chamaram a atenção da autora britânica, assim como a organização de direitos LGBTQ, GLAAD.
"Se você deseja direcionar sua raiva por causa dos mais recentes comentários anti-trans de J.K. Rowling em algo positivo, apoie as organizações que ajudam pessoas trans negras como @MBJInstitute, @blacktransusa, @TransJusticeFP, @GenderIntell, @ukblackpride".
Em outro tweet, a organização escreveu: "J.K. Rowling continua a se alinhar com uma ideologia que distorce deliberadamente fatos sobre identidade de gênero e pessoas que são trans. Em 2020, não há desculpas para atacar pessoas trans".
Apesar de toda polêmica, a autora continuou a escrever na rede social.
"Passei boa parte dos últimos três anos lendo livros, blogs e artigos científicos de pessoas trans, médicos e especialistas em gênero. Sei exatamente qual é a distinção. Nunca presuma que, porque alguém pensa de maneira diferente, ela não tem conhecimento", finalizou ela.