Leigh-Anne, do Little Mix, se sentia a "menos favorita" do grupo

A cantora se emocionou ao ler uma carta aos fãs sobre sua experiência na indústria da música

por Mike Vulpo | Traduzido Por Miriam Kaibara | 08 jun, 2020 16:28Tags
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Leigh-Anne Pinnock, do Little Mix, se emocionou ao falar sobre racismo na última sexta-feira, 5. Através de vídeo no Instagram, Leigh-Anne desabafou sobre suas experiências e revelou que ela se sentia a "menos favorita" do grupo. 

"Minha realidade era me sentir sozinha nas turnês em países predominantemente brancos. Eu canto para fãs que não me veem ou me escutam, ou torcem por mim", disse ela, segurando as lágrimas. "Minha realidade é me sentir ansiosa antes de eventos com fãs e tarde de autógrafos porque eu sempre me senti que sou a menos favorita. Minha constante realidade é sentir que eu tenho que trabalhar 10 vezes mais duro e por mais tempo para marcar meu lugar no grupo porque somente meu talento não é o bastante", desabafou.

"Minha realidade é querer ver outros artistas que eu sei que são tão talentosos, mas nunca irão ter oportunidades que eu tive porque para a indústria, eles não são comercializáveis. Mas eles ficarão atrás de alguém com aspectos da cultura negra que o mundo quer ver, mas deixam para trás os aspectos que eles sentem que me tornam não comercializável. Minha realidade é todas as vezes que me sinto invisível no meu grupo, mas parte de mim tem consciência total que minha experiência seria ainda mais difícil de lidar se eu tivesse a pele mais escura".

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A cantora então se lembra dos conselhos que recebeu de seu coreógrafo Frank Gatson

"Há um ponto em toda vida de um ser humano negro, não importa quanto dinheiro você tenha ou o que você conquistou, você percebe que o racismo não te exclui. Nove anos após me juntar ao Little Mix, eu tive o maior despertar da minha vida. Ele disse pra mim, 'Você é uma menina negra. Você tem que trabalhar 10 vezes mais duro'. Nunca na minha vida, alguém tinha me dito isso, que eu teria que trabalhar mais devido a minha raça. Mais tarde, o que Frank Gatson me disso fez sentido. Eu aprendi que o sonho de estar no maior grupo do mundo vem com falhas e consequências. Consequências como saber a existência do racismo subjacente existente nas indústrias criativas".

Para aqueles que se perguntam por que Leigh-Anne decidiu fazer um vídeo, ela explicou sua mentalidade na legenda do post.

"Não estou fazendo este vídeo por simpatia ou para você assistir e depois seguir a vida normal. Estou fazendo isso porque já basta e espero que, compartilhando isso, todos possamos fazer mais para entender o racismo que ocorre". ela escreveu. "Ao fazer isso, somos capazes de abordar a questão maior e acabar com o racismo sistêmico. Tudo o que queremos é igualdade e justiça para a nossa comunidade negra".

Seu post recebeu apoio de muitos artistas da indústria, incluindo Normani, membro do Fifth Harmony.

Kevin Mazur/WireImage

"Eu sou VOCÊ e você é EU", escreveu ela. "Eu te entendo, irmã"

"É por isso que eu senpre senti uma conexão com você. Sempre aqui por você, irmã", respondeu Leigh-Anne. 

A cantora também falou sobre a importância de não se calar. 

"Você aprende a entender que não pode ser visto como alguém muito barulhento ou muito opinativo, caso contrário, você é considerada uma diva ou agressiva. Você aprende que ao entrar em uma sala, você é considerado inacessível ou ofensiva, antes de alguém sequer se aproximar de você. Você aprende que expressar sua opinião sobre a falta de diversidade na indústria é como bater com a cabeça contra uma parede de tijolos", ela compartilhou. "Não estamos mais em uma posição em que precisamos nos calar sobre esse assunto. E todos vamos continuar falando sobre racismo e mantendo esse movimento".