Entenda a síndrome que levou Cameron Boyce à morte

Astro da Disney faleceu no dia 6 de julho, aos 20 anos, durante o sono

por Miriam Kaibara 14 jul, 2019 12:00Tags
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Cameron Boyce deixou os fãs desolados após falecer, aos 20 anos, no último dia 6 de julho. Cameron morreu durante o sono em sua casa, em Los Angeles, após sofrer uma convulsão devido à epilepsia, confirmou a família do ator.

Segundo a LBE (Liga Brasileira de Epilepsia), a epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se.

As possíveis causas da doença podem ter origem "em ferimentos sofridos na cabeça, recentemente ou não, traumas na hora do parto, abusos de álcool e drogas. Tumores e outras doenças neurológicas também facilitam o aparecimento da epilepsia".

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Ainda de acordo com a Liga, muitos pacientes com a doença levam uma vida normal e podem passar anos sem ter uma crise. O tratamento pode ser feito com drogas antiepilépticas, que são eficazes na maioria dos casos, nos quais os efeitos colaterais têm sido diminuídos. Em certos casos, uma cirurgia pode ser indicada. 

Segundo a CDC (Centers for Disease Control and Prevention) uma em cada mil pessoas com epilepsia morrem por ano. A maioria das mortes ocorrem durante ou depois de convulsões e podem fazer a pessoa parar de respirar ou ter uma crise perigosa de arritmia. 

"O que parece acontecer na maioria das vezes é que as pessoas param de respirar ao fim da convulsão e nunca mais voltam a respirar", disse a Dra. Jacqueline French, chefe da Epilepsy Foundation e professora de neurologia na NYU Langone Health. "Sua movimentação respiratória simplesmente desaparece e nunca mais volta".

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Os médicos chamam essa condição de SUDEP (Sudden Unexpected Death in Epilepsy), morte inesperada súbita na epilepsia. 

Segundo o New York Times, cerca de 70% das mortes ocorrem durante o sono e as pessoas muitas vezes são encontradas com o rosto virado para baixo. "Pode acontecer com qualquer um com epilepsia. Mesmo a primeira convulsão pode ser a última. Quanto mais incontroladas as convulsões, mas severas elas são, e ao ocorrerem durante o sono, maior o risco", disse o Dr. Orrin Devinsky, diretor do Centro de Epilepsia Abrangente da NYU Langone.

"Se isso acontece quando a pessoa está dormindo, e às vezes as convulsões fazem com que as pessoas virem o rosto para baixo, então é uma perfeita tempestade", disse ele, acrescentando que as convulsões também podem prejudicar o reflexo de excitação, que normalmente faz com que as pessoas lutem para respirar e se movimentar se o suprimento de ar estiver bloqueado.

O médico ainda revelou que se uma pessoa estiver ao lado do paciente e puder mudá-la de posição, chamá-la e conseguir despertá-la, isso pode "salvar sua vida".